
Para quem critíca os estados islâmicos existentes no mundo muçulmano, em que Estado e Igreja estão juntos, devia de olhar para o caso ocidental. Depois de no Outono passado o então primeiro-ministro palestiniano Mahmud Abbas contar à BBC que o presidente dos EUA, George W. Bush, lhe explicara que tinha obedecido a uma ordem divina para invadir o Afeganistão e o Iraque, é a vez do primeiro-ministro britânico Tony Blair cair no ridículo e nas malhas do fanatismo religioso. Numa entrevista recente à ITV, quando interrogado sobre a decisão de enviar 40 mil soldados para o Iraque, Blair declarou: “É preciso tomar uma decisão e viver com ela. No final, há um julgamento e, se temos fé, damo-nos conta de que outros nos julgarão. Se acreditamos em Deus, (o julgamento) é feito por Deus também”. Que o regime inglês é um regime não republicano já sabiamos, agora intoleravel é haver uma monarquia em plena União Europeia (e contra os valores que esta defende), onde os governantes respondem perante Deus como o juiz da sua decisão de apoiar a guerra no Iraque, em vez de responderam perante os cidadãos!! É nisto que dá a democracia!!