
Ana Gomes, eurodeputada, ex-diplomata, funcionária e dirigente do Partido $ocialista, representa a ala radical da esquerda europeia. Para além do tradicional anti-americanismo primário, da defesa do multiculturalismo em detrimento do estado-nação, e do liberalismo moral, decadente e sodómico, juntasse-lhe agora a paranóica anti-tabágica. Com uma argumentação, tal como disse no artigo por mim escrito anteriormente referente ao assunto, quase sempre intolerante e falaciosa.
Vejamos excertos do texto publicado pela senhora Ana Gomes no Jornal de Leiria (24.1.2008), em baixo por mim comentados:
AG:"(...) a entrada em vigor da nova Lei do Tabaco não é nada do outro mundo: na Europa, vários países já adoptaram leis idênticas(...)"
JV: Pois, mas afinal parece que é algo de outro mundo, pois a Europa não representa o mundo nem perto. Tal como na lei do aborto e ao contrário do que querem fazer crer, são minoritários os países que aplicam leis deste tipo pelo mundo. Além do mais, a natureza de Portugal é a de um país atlântico e pluri-continental, e não fechado na Europa como esta senhora deseja.
AG:"Mas tanto em Espanha como em Itália, por exemplo, a proibição de fumar tem sido cumprida (...)"
JV: Falácia grave. Se em Espanha a lei foi implementada com extremo bom senso, dando livre escolha aos proprietários dos espaços, em Itália a proibição foi total. Resultou na falência de cafés, tornando-os espaços de não-permanência, enquanto que nos espaços de diversão nocturna, e digo isto com conhecimento de causa na primeira pessoa, a proibição pura e simplesmente não é acatada.
AG:"Em Portugal assistimos à proliferação de declarações agitando a bandeira das liberdades individuais. (...) Mas não me recordo de ter ouvido as mesmas vozes bater-se pela liberdade de opção, enquanto muitos locais públicos foram zonas utilizadas(...) por fumadores."
JV: Pergunto, e as pessoas que agora se tornaram fundamentalistas anti-tabágicos onde andavam? Porque não se manifestaram quando os locais públicos eram para fumadores? De certeza que poderiam ter tido o seu espaço. Pelo contrário, nunca vi nenhum protesto dos fumadores quando foram criadas carruagens sem fumo, zonas para não fumadores em restaurantes. Porquè agora todo esse fundamentalismo?! Não será possível, com bom senso e respeito entre as partes, chegar-se a uma decisão que são crie clivagens?
AG:"Apesar de as restrições agora impostas ao consumo de tabaco se fundarem em sólidas razões de saúde pública - para quem fuma e, também, para quem não fuma mas é forçado a inalar (...) Não acho que a nova legislação imponha nenhuma "ditadura da higiene" que vitime a liberdade individual(...)"
JV: Se existirem espaços para fumadores e espaços para não fumadores, ninguém é obrigado a inalar o fumo de outrem, pois ninguém é forçado a entrar num restaurante ou café.
Mas a partir do momento que se impõem, dracónicamente, medidas a perseguir um grupo, do qual ninguém é forçado a entrar, ai sim existe uma infracção no conceito de liberdade desse grupo.
Se fossem os proprietários dos espaços a decidir, sem ameaças de Autoridades que se julgam de Poderes superiores (como a ASAE), multas pesadas, e obstáculos intermináveis para poderem cumprir a lei, ninguém seria forçado a levar com fumo de ninguém. Agora, na realidade, o que acontece é uma das mais desprezáveis formas de discriminação e repressão.
AG:"A verdadeira liberdade (...) é determinada pelo princípio segundo o qual "a liberdade de cada um termina onde começa a liberdade dos outros". Ainda por cima quando a liberdade de uns fumarem prejudica não apenas a sua saúde, mas também a de quem não fuma."
JV: A Saúde de quem não fuma estará mais que protegida, pois os não fumadores em Portugal representam mais de 2/3 da população. Se o mercado for livre, haverá mais oferta de espaços para não fumadores do que para fumadores. E assim dessa forma, a liberdade dos fumadores não é invadida.
"AG:(...) importa preservar as noções de liberdade e democracia: são demasiado valiosas para serem achincalhadas em justificações despropositadas."
JV: Demagogia barata, numa cópia fiel daquela que tanto crítica vinda de Washington. Deplorável e sem mais comentários.
AG:"Mas esta é uma atitude que não reflecte o Portugal moderno, que acompanha a evolução global."
JV: Mas quem lhe disse senhora Ana Gomes, que Portugal quer seguir essa suposta "modernidade" podre e decadente?
Minha senhora, deixe essa visão egocêntrica, arrogante e egoísta. Portugal é demasiado antigo para receber lições vindas de tão novas uniões, organizações ou estados. Portugal tem a sua alma própria, o seu passado, a sua herança, os seus valores, e é com base nessa sua cultura que deve seguir a sua linha de evolução.
Nota: Consulta do texto integral da eurodeputada Ana Gomes: http://aba-da-causa.blogspot.com/2008/02/contra-o-deixa-estar-como-est.html