«o que tenho como a verdadeira comprehensão d'este povo, é que elle não é uma nação natural, (geographica, etnhographica) mas sim uma nação moral; não é uma creação da natureza, mas sim uma creação da consciencia. É este o pensamento que sairá d'este livro que escrevo. Portugal é como Roma. O hespanhol, o gaulez, o latino, todos eram romanos, porque ser romano não importa uma nacionalidade, importa sim um estado mental que abraça uma concepção commum. Se se não repete isto com os Portuguezes, é por que a sua acção no mundo nunca foi tal que preponderasse á de outros povos; mas o phenomeno da falta de caracter, da aptidão de os assimilar todos, o cosmopolitismo do genio portuguez, provam, parece-me, a doutrina; nas nações que representam raças, encontramos tendencias; nas nações como a romana e a portugueza, encontramos pensamentos.»
Oliveira Martins, Os Lusiadas, ensaio sobre Camões e a sua obra em relação á sociedade portuguesa e ao movimento da Renascença, 1872
26/11/2009
À Procura de Uma Identidade Perdida III (Identidade Portuguesa)
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