«O regime não é, de facto, popular. Por várias razões. Primeiro, por causa da decadência económica do país, que o cidadão comum atribui, sem excepção, aos governos posteriores a Cavaco e aos partidos políticos. Segundo, por causa da crise social: do desemprego, principalmente, e da reversão de um caminho para a prosperidade, que se julgava seguro. Terceiro, por causa de uma corrupção que alastra impune e às vezes protegida ou incitada pela autoridade do Estado. Quarto, por causa da incompetência e arrogância de Sócrates, das contínuas querelas do PSD e da inutilidade prática do Bloco e do PC. E, quinto, por causa das leis sobre o divórcio e o casamento homossexual, que vieram agredir um sentimento católico difuso, mas tenaz. Na balbúrdia estabelecida, há uma única personagem em quem até certo ponto os portugueses confiam: Cavaco.
(...) A opinião, essa opinião que as sondagens nunca reflectem, é marcadamente antiparlamentarista e antipartidária.»
Vasco Púlido Valente, Público
18/01/2010
O Regime Sem Crentes e o Presidencialismo de Cavaco
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