«O acordo confidencial, que dividia a Europa em zonas de influência nazis e soviéticas, provava, para quem precisasse, que o pacto Molotov-Ribbentrop não era um mero acordo de não-agressão, ou uma tentativa, por Estaline, de "ganhar tempo", mas um genuíno tratado de cumplicidade, aliança e revelação de interesses e valores comuns.
O protocolo secreto levou à partilha, entre nazis e soviéticos, da Polónia, da Roménia, da Finlândia, e à ocupação das nações bálticas. E foi só o princípio.
Conduziu ao "tratado de amizade, cooperação e demarcação", entre a URSS e o Reich, de 28 de Setembro de 1939. Levou ao Tratado Comercial de 11 de Fevereiro de 1940, celebrado pelos mesmos regimes, que permitiu a Hitler, mercê de maciças exportações soviéticas (por exemplo, 900 mil toneladas de petróleo), quebrar o bloqueio ocidental. Levou à aquisição, por parte do Exército Vermelho, das mais modernas tecnologias alemãs, na área da aviação, carros de combate, e sobretudo da guerra naval.
(...)
Porque a Segunda Guerra começou com duas agressões: a alemã, a 1 de Setembro, e a soviética, umas meras semanas depois.
Logo a seguir, cessou a propaganda antifascista na Imprensa soviética. E em 30 de Novembro de 1939, Estaline dizia ao "Pravda" que os culpados da guerra na Europa eram a França e a Alemanha, que tinham "atacado a Alemanha".
O pacto fora um crime contra a paz. Mas, seguindo instruções do Comintern de Dimitrov, que controlava o pensamento dos Partidos "comunistas" internacionais, o jornal "L'Humanité", do PCF, titulava "O triunfo da paz".
(...)
Em 1945, a URSS tornou-se assim no único aliado de Hitler que ganhou a guerra, e que esteve dos dois lados.»
Nuno Rogeiro, Jornal de Notícias, 2009-09-04
22/09/2009
A Aliança Nazi-Bolchevique
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