O Presidente da República Portuguesa, Aníbal Cavaco Silva, deu hoje luz verde ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, anunciando a promulgação do projecto de lei votado no Parlamento Português no dia 4 de Janeiro de 2010.
O que mais salta à vista nesta promulgação é a falta de coragem política do presidente que, contra as suas próprias convicções políticas e ideológicas promulgou algo com o qual não concorda. Na semana seguinte à visita papal, que nos mostrou um Presidente da República devoto à igreja católica, Cavaco Silva enveredou pela estratégia calculista de não desgastar a sua imagem com guerras institucionais, que lhe poderiam custar a reeleição.
Pensando que o seu veto era inútil, Cavaco deu razão aqueles que lhe chamam cobarde: porque não definiu a sua posição sobejamente conhecida; porque cedeu aos grupos de pressão gay: porque teve medo de desgastar a sua imagem, podendo eventualmente ser chamado de retrógrado, arcaico e salazarista. Preferiu a via mais fácil, num país que claramente aceitaria o seu veto.
Há circunstâncias na vida em que a dignidade humana exige grandes sacrifícios e até uma certa dose de heroísmo: o homem de Boliqueime prescindiu de tudo isso hoje.
17/05/2010
A cobardia de Cavaco.
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